quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Vazio infernal


Já se passaram noventa e oito dias em que mantenho em cativeiro privado um sentimento torturado, ainda me encontro com uma insolente indecisão. Já fiz curativos, também retirei alguns, torturei mais um pouco e nada de haver reações, nada de um pedido de misericórdia, nem um mero grito de dor, um sorriso sarcatisco, apenas aquelas mesmas pupilas dilatadas e viajantes, um par de olhos negros e vagos que eu jamais havia visto.

Eu poderia ter tentando ser um pouco mais corajosa como demonstro em meus trajes de guerrilheira, na minha bota suja de merda e nas minhas armas sadomasoquistas sentimentais.  Eu deveria ter sido uma atleta melhor e corrido atrás do que necessito, por mais que odeio sentir aquela dor lateral na barriga, eu sei que valeria apena. Mas acontece que preferi ficar descontente me contentando com o pouco que eu poderia encontrar nas esquinas da vida, preferi ficar degustando aperitivos e nunca me deliciar com o prato principal.  


Durante algumas madrugadas de insônia eu trenei alguns discursos, alinhei alguns passos, trabalhei duro em um mapa que detalhava com precisão como fazer as coisas darem certo na minha vida fudida, mas como já não é de se surpreender decide não colocar em pratica nem 1/3 do que havia planejado, sabe como é... Não é mesmo?!É melhor me manter na minha zona de conforto, não arrisco, apenas continuo petiscando, por medo, covardia, comodismo, ou apenas por querer preservar a sua felicidade individual e egoísta que não dá a mínima para o meu vazio infernal.

Talvez eu tenha sido cruel de mais comigo mesma. Essa historia toda de aceitar pacificamente a minha autoflagelação e canalização de aceitamentos sujos. Sei que como devota de filmes de amor e comedia romântica, eu deveria ter feito mais, mas como sou infiel comigo mesma, ter fidelidade as minhas lagrimas e ferreiros Roche assistindo a mais uns clichês do amor não é bem a minha cara.
Todos aqueles planos e juras que fiz debaixo do edredom não foram mentiras, já as suas juras não sei o quanto foram verdadeiras contigo e comigo. Por enquanto eu deixarei livre a tua arrogância e com certeza não irei te esquecer, por mais que me trate como uma desconhecida na populosa metrópole belorizontina.
(Ana Luiza G.)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O mundo e seus clichês

Tem dias que nós somos obrigados a acordar bem, mesmo que as olheiras ainda insistentes apareçam, mesmo que o lado mulherzinha baixe logo às seis da manhã. Temos a obrigação de acordar, porque dormir no ponto não dá, é perda de tempo. Pode-se tentar de modos diferentes colocar um objeto de formato triangular em uma forma de geometria quadrada, mas acontece que é algo impossível e insistir impiedosamente no impossível, é burrice.

Sabe qual é a maior ironia da vida? É dizermos que andamos não fazendo nada, pois por um bom tempo o mundo deu uma pausada brusca em nossas vidas monótonas e igualmente idiota, quando na verdade vivemos fazendo movimentos elípticos, rotações e translações e mais alguns tipos de voltas redondas, indiferentes e chatas que fazemos em trezentos e sessentas e cinco dias.

Quando não há um ponto para o começo, o meio e o fim... É difícil seguir em frente, mesmo que sem ter um centro do mundo, do nosso mundo, temos que andar por ai, continuamente, dando voltas e mais voltas. Encontremos Plutão. Encontremos Marte. Encontremos Júpiter e alguns outros planetas que tenha por ai. Sempre procuramos algo onde não tem, um ponto onde não há fim, um centro no canto do mundo, sempre procuramos por uma luz que nos guie, por uma luz que seja a razão do mundo ser mundo, o motivo para que os opostos se atraiam. Um motivo para que as diferenças sejam tentadoras. Procura-se, pelo menos por mim, um motivo para que eu desista de você e eu, ou se preferir, nós.

(Ana Luiza G.)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Inútilidade

Em meio a uma tarde inútil, de um dia mais inútil ainda, aonde mais uma vez cheguei as cinco da madrugada, sem meu amor próprio e mal acompanhada. Senti uma dor arrepiante de cólica, onde dormi três horas direto, meio dopada de Dorflex misturado com Bi-profenid e uma ressaca de Skol e Brahma. Para curar tudo isso resolve sonhar tremula e debaixo de três cobertores.
Enquanto isso eu abro mais o meu buraco, tento dilatá-lo para ver se cabe mais um pouco de vento solitário, enquanto grito, rolo e choro debruçada para ver se minha dor passa. Dor menstrual mistura com dores da vida.
Enquanto alguém pede com “carinho fingido” algum favor, enquanto faço sem olhar nos olhos, enquanto eu tento me achar mulher, enquanto tudo isso vai acontecendo vejo que já não há verdade no meu coração, para falar a verdade, vejo que só sobrou uma metade minha aqui compactada nesse corpo insolente. Garçom mais uma dose de solidão bem caprichada pra essa filha da mãe aqui!
Novamente tento ser poeta de uma historia mal contada, de uma pessoa que brinca o tempo todo de vivo ou morto, que escuta Cazuza quando está na pior, que é mal amada por todos ao seu redor, ou pelo menos se acha mal amada, que fingi acreditar no que falam por ai e que convence a todos que está acreditando. Abre os olhos garota, já passou da hora de ir pro colégio, os remédios não fizeram efeito como já era de se esperar!
(Ana Luiza G.)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

P.S.: Sou uma idiota

  Hoje tenho a consciência que se não demonstramos tudo aquilo que realmente sentimos, por mais q seja intenso de mais ou que você pareça um idiota falando um longo e afetuoso "eu te amo, você é o amor da minha vida!", corremos o risco de perder o que temos de mais importante em nossas vidas!
(Ana Luiza G.)

P.s.: Desculpe-me por não ter te dado o meu melhor e não ter sido tudo aquilo que você merecia! 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Por favor... não tire isso de mim !

Com um sorriso passageiro e insano me lembro com um gosto acido de limonada na boca, alguns pingos em minha blusa branca e olhos lacrimosos, recordo-me dos grãos miúdos, pequenos, quase partículas que havia deixado para traz. Um dia desses me lembrei de uma pescaria que fiz com meu pai, onde ele ensinava àquela miniatura de vassoura invertida a colocar a minhoca nojenta na vara de pescar, e a ter paciência de esperar a vara se envergar - o que era sinal de peixe iscado -. Nunca fui fera nisso, mas meu pai... Nossa... O meu pai é o senhor da pescaria, sempre me encantei com essa habilidade quase glorificante que ele tem.

Um dia, deitada encolhidinha no sofá como de costume fazia quando era menininha descabela, me lembrei das vezes que eu ficava brava com a mamãe e ia correndo pro meu quarto chorar sem ao menos saber o motivo, chorar apenas por chorar, só pra não acumular muitas lagrimas nos olhos, a melhor parte da corrida até meu quarto e da cachoeira desenfreada e sem sentido que descia dos meus olhos era quando minha mãe abria a porta mancinho como uma brisa e vinha ligeira me dar um abraço banhado a “eu te amo Aninha!”, aquela sensação de segurança e afeto vinha como uma enxurrada tapando com toda a força qualquer vazio que existisse em mim.


O tempo passa e eu não sou mais aquela pirralinha japonesa de cachinhos queimados pelo sol, nem mesmo brinco de correr pela casa com meu irmão e nem o obrigo mais a brincar de casinha, bem que eu queria ainda ter essa idade, mas por mais que eu grite, berre, tente ecoar minha loucura toda aos céus pra ver se alguém pelo menos escuta, não dá, não tenho mais tempo, já se foi àqueles dias, àquelas horas, aqueles minutos e segundos. Agora os tempos são outros, já não tenho a paciência que meu pai tanto me ensinou, nem mesmo a segurança que a minha mãe me transmitia, nem a capacidade de ser feliz apenas por brincar de correr, os tempos são outros, difíceis e solitários, são barreiras que descobrimos quando deixamos de ser inócuos, é como se estivéssemos fazendo um contrato inconsciente com um futuro incerto e indiferente, onde tentamos não perder nossas origens, mas vem o mundo sujo e suga tudo isso por inteiro, sem piedade, sem misericórdia  e o que fica são apenas lembranças de algo tranqüilo que não viveremos nunca mais!
Obs.: Não tenha medo de dividir o seu amor.
(Ana Luiza Gonçalves)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Não vou me adaptar

Você sabe que felicidade estampada no rosto chama muita atenção das pessoas, um publico não muito amigável, ainda mais quando se trata de nós, você com suas palhaçadas que quase me matavam de rir, eu com as minhas caras e bocas, trejeitos e defeitos. Nós nos completávamos, e mal sabíamos disso!

    Já se passou um mês sem você aqui perto, sem seus risos, sem suas palavras, sem seus abraços que me jogavam sobre o vento, seus beijos, sem seu corpo de gosto agridoce, sem seus olhares engraçados, sem suas bobeiras que quase me matavam de raiva. Estou sentindo muito sua falta pra te falar à verdade, não vejo a hora de você volta pro seu cantinho aqui no meu sofá, o cantinho que você sempre me fazia sair pra te ceder o lugar. Eu sei que não sou nada fácil e também sei que eu poderia ter facilitado mais as coisas, mas eu sempre me passei por algo parecido com uma rocha, quando na verdade eu era mais fácil do que mulheres desesperada na balada.

Eu não queria te falar isso, mas hoje eu acordei 6:00 h da manhã, como sempre me lembrei de você logo quando abri meus olhos, logo fui ver nossas fotos juntos, algumas mensagens que você havia me mandado, olhei também nossas brigas via facebock (lendo elas hoje, tem um ar até engraçado!) e a cada coisa que eu ia vendo e lendo, eu ia lembrando de nós juntinhos, rindo, brincando, de bem com a vida, felizes, se completando, tentando compreender um ao outro de forma estranha, das nossas brigas, das pazes logo após as brigas, de você me jurando coisas tão lindas, da gente deitado se olhando tão fundo um nos olhos do outro que éramos capazes de entender em um só olhar tudo aquilo que queríamos dizer!



O grande problema de ouvi os meus reggaes é que sempre me lembro de você, ou melhor, de nós. Lembro-me dos nossos melhores momentos, do seu sorriso torto e lindo, dos beijos, das duvidas, das respostas, de você cantando alguns trechos no meu ouvido, dos NOSSOS MOMENTOS, das coisas lindas que vivi com você, alias todos os momentos foram mais lindos com você.
Ultimamente ando vivendo me sentindo presa ao chão, sem nada pra sonhar, sem motivações maiores, nada da minha felicidade constantes, nenhum sinal do meu amor, apenas um vazio, apenas um coração molestado, uma alma nada inócua. Para falar a verdade direta, eu ando me sentindo solitária, me sentindo pequena como um grão de areia, sem forças como uma brisa fraca.

    Eu sei que nunca mais vou te ter aqui ao meu lado, mas pelo menos eu posso pensar que nesse nunca ainda há uns 0,01% de chance de ter você aqui ao meu lado. Por favor, volta! Vem ficar aqui comigo, sei que não sou muito boa com sentimentos, mas por você eu posso entrar em uma aula de reforço e ficar craque nisto! Será que você pode vir logo para o nosso sofá? Pois até hoje o nosso filme esta parado na metade e tenho fé que você vai voltar a fazer parte dele, poxa você é o personagem principal. Te amo ...Sempre ...pretinho!

(Ana Luiza G.)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dez e dez


Eu gostaria de estar ao seu lado neste momento, te abraçando, te agarrando ou apenas te olhando, até mesmo rindo de você com os seus trejeitos. Mas sempre quando me lembro de nós, lembro-me também que já não dávamos mais certo, que andávamos por caminhos de espinhos.
A verdade maior é que eu nunca consegui me enganar por muito tempo, pois sempre que tento me pego logo mostrando o obvio a mim mesma e o pior é que nunca consigo fechar os olhos quando faço isso.
Prometo-te uma coisa nessas dez e dez da manhã, que não irei te procurar e também não conseguirei te esquecer tão facilmente (ou talvez consiga), pois vou sentir falta dos nossos almoços, de você pegando em minha coxa enquanto dirigia, sentirei falta dos pães de queijo, falta de você me dizendo coisas bonitas, falta de nós dois formando um ser só, sentirei a ausência do seu gosto, do seu calor, dos seus olhares, de nossas brigas, das brincadeiras, das nossas risadas, da sua vivacidade que me motivava a te amar cada vez mais, sentirei falta principalmente de você.
Porque você não acreditou em mim? No meu amor eloqüente? Nas minhas verdades que saiam de mim tão espontaneamente? Por que você sempre me olhava com olhos de duvida? Merda, eu sou a sua maior certeza cara! Olha ai, o que você está fazendo comigo e com tudo o que restou de mim. Agora me encontro na sarjeta dos sentimentos, com olhos inchados e com pouca visão ocular, com dores de angustia e o pior estou aqui escrevendo uma historia mal escrita, contando para mim mesma algo que já sei, tentando com a minhas ultimas forças mostrar para mim que eu ainda tenho vez. Tentando gravar em minhas palavras as minhas lembranças, tentando esquecer o inesquecível. Eu te amo... Porra, ta vendo como não adiantou o esforço?!

(Ana Luiza G.) 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brasa fleumática


A dor esta grande, maior do que eu imaginava agüentar a um tempo atrás. Sentimentos e sintomas múltiplos aparecem por entre espaços que tenho em mim. Nunca me imaginei vendo certas cenas, ouvindo berros que ecoam em meus tímpanos, sentido arrepios de ventos que congelam minha pele amedrontada. Olhos transbordando, você implorando por um pingo de compaixão, eu apenas querendo ir dormir e tomar um chá de hortelã. Questiono-me se isso realmente esta acontecendo, pois nada do que estou vivendo agora se compara ao antes. Difícil é ver-me trocando a tranqüilidade por uma rotina delirante e desgastante. Tento procurar algo que sirva como uma válvula de escape, uma lembrança, um momento. Retrocedo há uns 10 anos atrás, onde me reencontrava em paz debaixo do chuveiro com a minha mãe me carregando, enquanto eu me embebedava com a água que caia quentinha em mim. Época feliz. Recordo-me de quando eu ficava brava com a minha mãe, ela vinha com tanto carinho e amor me abraçando e me fazendo chorar, por simplesmente não conseguir viver sem a presença dela. Logo quando começarmos o nosso alarido, venha e acalme a minha brasa fleumática com a força de um manancial. Debruce-se em seu leito inquieto.
Você poderia perdoar a situação horrenda por qual já passamos? Poderia também ser um pouco mais pachorrento para conosco neste presente onde andamos contando os passos, medindo milimetricamente a distancia entre nós, contando os pingos de cansaço que caem enquanto nos encontramos lutando para que o final da caminhada desgastante não venha a acontecer? Tentamos a maior parte dos nossos tempos distrairmos com a criação de um mundo utópico, cujo qual nós sabemos nunca há de existir.
Eu digo mudar e você grita reivindicação aos seus direitos humanitários e sentimentalistas. Sei que não sou o melhor exemplo de como se ama alguém, mas dou o meu melhor, ou pelo menos tento. Enquanto isso você reclama, me implora patriotismo a você, mas porra eu não sei nem mesmo o hino da bandeira, como vou saber decorar a contracapa do seu manual, sendo que nem mesmo passei da primeira página de como lhe dar com pessoas pacóvias?! Ah, vai... Dá-me uma chance de te mostrar o meu amor sem reação, o meu amor inócuo e eloqüente, a minha ardente vontade de paixão sem querer engodar a ninguém, deixe que com o tempo a gente se entenda aos poucos. E por enquanto apenas se acomode bem ao meu lado... Aceita um café? 


(Ana Luiza G.) 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A alma pede um pouco mais de paz

 
Ele havia me contaminado por inteiro, um contágio rápido e indolor. Sem duvidas ele era um parasita, como o que provocou a crise no sistema feudal. Contradizia-me a todo o momento, ele me dizia coisas como as musicas de Caetano, tudo soava muito mais sereno ao seu lado. Eu no pico da minha teimosia e ele sempre com uma santa paciência, algo que me fazia por vezes ceder um abraço e um ósculo bem melado.

Eu nunca fui muito poética, para mim não era necessário dar voltas e mais voltas como um pião para falar sobre algo complexo como o amor, sempre fui oito ou oitenta, o tempo todo tentava viver tudo o que era possível e impossível, um verdadeiro queijo com goiabada. Enquanto eu tentava misturar o doce com salgado, ele me mostrava, ou pelo menos tentava me mostrar o gosto da boêmia, algo sem compromissos, um carpe diem.


Era desnecessária toda a correria cronometrada, o tempo que estava perdendo tentando ganhar mais tempo, era inútil o gasto físico e mental por esse caótico mundo, mas como ele havia me mostrado, o planeta ganhava mais se existissem mais duas pessoas se amando de verdade, como eu e ele, e então voltávamos a nos abraçar, como se estivéssemos mostrando pra quem quisesse olhar da fechadura do seu quarto a paz que o amor trazia em nossas vidas e essa paz não é algo inexistente, é real, é a paz que cura ferida, que ergue bandeiras brancas, que nos traz sensações ilegíveis internamente e que abrange para o mundo externo toda a positividade necessária.

(Ana Luiza G.)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Metamorfosear

Ultimamente penso muito em toda essa ideologia que é pregada entre seres humanos, onde se encontra pessoas brincando de acreditar que para viver necessita-se de grandes e pequenos passos de mentiras. Chega-se ao paraíso?
Não me satisfaz o que anda pregando em cada esquina desta cidade acinzentada e muito menos as conversas na manhã de domingo, para mim é algo maior, é bem mais simples do que andam dizendo por ai, na verdade ele nega-me ser o centro.
Havia tempos em que não me via gesticulando com as mãos algo parecido com o formato de um "t", enquanto movimentava minhas mãos rentes aos seios, ombro e testa, eu balbuciava palavras e frases prontas que me lembrei ter aprendido quando pequena. Tentei me enganar forçando a mim mesma acreditar que aquilo era sinônimo de perfeição e que poderia mudar mil e uma coisas no mundo, mas meus lados racionais e impassíveis desfaziam-se dos sinais e das frases prontas aos poucos, preferiam o improviso. Se existo, logo vivo.
Como já dizia Raul precisamos metamorfosear para a infinidade, pois, desta forma nunca existira ideologias baratas, conceitos e nem ao menos rotina. Gente pensante prefere viver sem velhas opiniões e sempre ter a mente aberta, assim o que surgiram serão apenas conceitos momentâneos.
(Ana Luiza Gonçalves)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Canção de amigo

Não há problemas em nos parecermos com uma canção de amigo, você tão distante e continuamente o meu equivoco, sempre a minha grande duvida. Todos sabem que não vale à pena dar murro em ponta de faca, acaba que sempre me furo, mas não deixo de tentar. Essa minha insistência contínua é por você, só por você.

Você sempre malandro, me esquecia em meio as suas roupas e sapatos jogados pelo seu quarto bagunçado e ia para a súcia junto aos outros, me dava um ósculo e saia porta a fora e eu ficava ali sentada, deitada ou até mesmo em pé envolta por quatro paredes e no meio daquela baderna toda se encontrava a única pacóvia daquele reino utópico que eu havia criado. Pobre eu.

Mas os dias se passam e toda a baderna cai em esquecimento, você vem ardiloso para cima de mim e até me deixa a entender que havia de se tornar um homem inócuo o que me deixa de certa forma feliz e mais apaixonada pelo seu sorriso de dentes tortos e de ar duvidoso. Eu te amava por agora, te amava muito.
De certa forma quando o amor se acabava e o vácuo sentimental rebrotava em meio ao meu peito, me sentia apenas mais uma alma fugaz deste mundo, enquanto você se tornava o grande rei do mundo e eu uma mera trovador onde me encontrava balbuciando a minha saudade ao mar, ao céu e vento, pois o que eu queria realmente era encontrar e ter um amor, ou até mesmo vários, mas que fosse sem fenecimento, onde eu desse amor e recebesse também, nem que fosse por meros dez minutos, mas que preencha esse vazio que estou sentindo sem você aqui ao meu lado.  
(AL. Gonçalves)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Forever young


Nós estamos querendo experimentar todas as sensações possíveis, burlar as normatizações sociais, não estamos querendo ser cidadão, queremos é viver loucamente a vida, sem perda de tempo. Se for necessário até nos tornamos indigente, rasgamos e queimamos RG, CPF e qualquer outro documento importante que nos faça ter a obrigação de seguir as regras do jogo, pois se for preciso tomamos gosto pela trapaça, espertamente teremos sorte no jogo.
Um rosto liso nos permite cometer erros e não precisar acertar, mas isso só vale antes da primeira marca de expressão aparecer no canto dos olhos. As vantagens de conseguir correr sem bufar nos primeiros 2 metros é que não precisamos ser exemplo para ninguém, pois se nós somos loucos e com cérebro do tamanho de um amendoim é por não ter exemplos tão bons assim. Sempre terão culpados, mas nunca seremos culpados, ou melhor, não teremos culpa até termos a idade dos culpados de hoje, pois socialmente falando a juventude em meio das regras e leis se define por anos vividos e não por espírito. Absurdo. Mas para nós a culpa e a inocência, o errado e o certo não têm muita diferença, juntos soma um todo e nos dão a certeza de que para existir beleza necessita-se do feio e que o contrario, nem sempre é contradição.Juventude é pecar!


Na verdade não envelhecemos com o tempo, mas o tempo envelhece conosco. E sem preocupação os nossos corpos se entendem amistosamente com nossas almas. Nossas mentes se libertam se abrangem e nos permite o conhecimento e entendimento de novas experiências, por mais que nossos rostos tenham marcas de uma vida a nossa mente e espírito estará aberta para novos conceitos e, contudo nós sempre seremos jovens.
 
(AL. Gonçalves)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

We are who we are


Século XXI igual à superficialidade e capitalismo. Tudo hoje gira em torno de dinheiro, putaria e muita competição. Não há tempo pra parar por um momento e olhar ao redor se tem algo a fazer a não ser para o seu próprio benefício, porque na realidade o tempo todo nós queremos o bem apenas para nós, fazemos de tudo até mesmo pisamos em outras pessoas para ficarmos no bem e bom. Ai é foda e outro se fode.
E a esperança não é só minha que um dia a esfera em que vivemos não vai girar apenas por fatores monetários, comercial, material e ridiculamente supérfluos, mas sim em função de seres, de sentimentos e de uma vida agradável para todos, pois a final temos a oportunidade de estar aqui apenas uma vez, sem passagem de volta e muito menos com direito de levar algo conosco quando for embora.  

E sim é possível um sistema deixar as pessoas com QI igual à zero. Há pessoas que vivem em uma caverna, que acreditam em tudo que dizem, que fazem tudo que falam para eles fazerem, tem gente que não consegue enxergar com os próprios olhos, não questionam, não mostram o que pensam e que se sentem amedrontadas por todo esse mundo do caos completo.
Reivindicar é direito de todos, mostra a nossa opinião e ser o que quiser ser é um direito nosso, temos livre arbítrio, e é mais que essencial não ter vergonha de mostrar o que sentimos. Nós somos quem somos e ninguém pode mudar isso quando não queremos mudar.

(AL. Gonçalves)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sem mundo


Nós dois estamos no sofá neste momento nos amando mais a cada golada que dou no meu chá de hortelã. Você me beija, abraça, me faz feliz. Eu dou risadas da sua barba suja de farelos de biscoito, você me pega pelos braços com força, como se fosse me matar, mas na verdade não passa de um abraço de amor. Amor é essa a palavra que descreve cada momento nosso.

Até mesmo aquele dia em que nós fomos ao super mercado, aquele em que você ao contrario de mim se lembrou de comprar os ovos, eu estava muito distraída naquele dia, parecia até que previa o que ia acontecer, é como se algo em mim ou no meu sistema nervoso , digestivo ou qualquer outro sistema que tenha em mim estivesse falhando, doendo, machucando por alguma coisa que eu não sabia o que era. Parecia mais uma daquelas previsões de mãe ou até mesmo a previsão do tempo que passa na TV pela manhã e nessa avisava que iria cair uma chuva forte capaz de dilacerar por inteiro um coração.

Perco-te em meio a uma madrugada em que eu não consegui dormir direito, mais um dos avisos de que alguma catástrofe natural estava a caminho. Uma ligação naquelas quatro da manhã me fez perder o chão, o rumo, o coração, a mente, a previsão de tempo, os farelos e o resto todo. Perdi também o meu mundo, você.

E então ás sete da noite eu corria para ir arrumar e te ver, passava aquele perfume na esperança de que iria passar todo aroma dele para o seu corpo, ia para o sofá ficar te esperando com nosso chá de hortelã e os biscoitos farelentos, esperando os seus braços fortes virem me apertar, esperando você me fazer rir das suas palhaças. Eu tentava com tudo isso relembrar os nossos momentos juntos, mas isso fazia dor no coração e ao mesmo tempo me dava certo aconchego de colo materno, ou melhor, aconchego do seu colo. Mas no meio disto tudo eu sabia que havia te perdido para sempre, que não iria mais sentir seu calor, não iria respirar o seu ar, não iria te amar no nosso sofá, não ia ver seu sorriso e muito menos sua cara de bravo e também sabia que não iria ter mais ninguém para me lembrar de comprar os ovos, para falar a verdade eu sabia que tinha perdido a minha vida, o meu amor.

As pessoas tentavam me confortar falando que você agora andava pelos céus, e confesso que fico feliz quando dizem isso, só não sei se você fica feliz me vendo daí de cima sem o meu chão para poder caminhar. Saudades de você, saudades de amar.


(AL. Gonçalves)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Ela



Por um momento pensa em fazer tudo para ter ele novamente ao seu lado, lhe fazendo carinho, fazendo-a sorrir, lhe olhando enquanto ela estava atenta vendo aquele programa que ele dizia gostar, quando ele falava, suas palavras tinha até um ar de glorificação quanto àquele cara da TV que comia peixe cru no meio da floresta. Seu ídolo. Esparramada na cama pensa até em tocar no seu violão uma canção do John Mayer, uma que o nome é Your body is a wonderland. Iria cantá-la apenas para ver se ele voltava para os seus braços. Só pra ver se sua admiração por ela ou até mesmo pelo seu violão ou sei lá pela voz de pata roca, viesse a se tornar real de novo.

Mas ai vem às horas, os dias, as semanas, os meses e junto a eles um balde de água gelada recaí molhando todas as suas vontades bobas e acaba enxergando que na verdade ao seu lado não tem nada, e para curar essa falta, esse vazio constante, só mesmo o tempo e o amor próprio. Então, a cada segundo que se passa tenta transformar um amor ao outro em um amor por se própria. Tarefa difícil, trabalhosa, desgastante para uma mulher e um violão.

Ela tenta. Dobra papeis rabiscados. Coloca as pernas na parede ao lado da cama. Levanta. Olha para seu reflexo no espelho. Olha para seu celular. Vai até seu número. Pensa em ligar. Desiste. Senta. Deita. Rola. Mostra a sua inquietude toda em seus movimentos, que mais parecem com passos de dança. Ela revira os olhos. Olha para o nada. Fica atenta. Fica desatenta. Senti dor no coração. Senti falta de um olhar. Ela sente. Hora ela não sente. Na verdade, preferi sentir dor que não sentir nada. Lê livros. Lê linhas. Tenta lê a mão, para ver se adivinha o futuro. Tola. Lê cartas deixadas por ele. Vê fotos antigas, onde apareciam felizes. Ela chora. Não ri. Abri um sorriso acanhado quando se lembra do passado. Droga de passado, porque para viver tem que existir passado, presente e futuro?Ela escora na escrivaninha, abaixa a cabeça, pensa, pensa, pensa e não consegui pensar em nada além dele.

Em 24 horas, 95% ela pensa nele e no restante dos 5% é o tempo em que ela esta dormindo... Sonhando com ele. Na verdade o seu tempo é doado à outra vida, não resta nem um segundinho para pensar nela, na paz mundial ou em qualquer outra coisa. Ela vive por ele e não tem como negar e muito menos mudar um trajeto de tempo e vida onde quem manda não é a razão e sim o coração.

(AL. Gonçalves)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Procura-se um ladrão.



E eu estou aqui do mesmo jeitinho que você me deixou a mais ou menos duas semanas. To parada, estatelada, loucamente descontrolada e meio surda também, porque ruídos me rondam, mas eu não os escuto. Olha cara eu ainda to meio boba com a situação que fui colocada, na verdade estou me sentindo como o Super Mario Bros lutando contra o monstro no castelo, mas tira o super do Mario, pois é assim que estou na realidade e como todo mundo sabe o Mario nunca consegui derrotar o maldito monstro do castelo.

Ainda estou meio sem rumo, sem uma estrada pra seguir, sem uma direção. Sem norte e sul, sem leste e oeste, eu to sem um campo magnético, eu estou um próton sem elétron, estou tentando me entender. Mas sabe quando falta algo para que possa conquistar certas coisas? É isso que parece estar acontecendo por agora. Sinto que me falta acabar logo com esse capitulo da minha vida, cujo nome foi eu e você, durou tão pouco e aconteceram tantas coisas, você conseguiu me deixar de um jeito que ninguém mais conseguiu, conseguiu me deixar com sentimentos loucos, diversos e inexplicados, mentira, são explicáveis sim, quando explicados por suas palavras fazem total sentindo.

Em 13 minutos sem olhar em seus olhos, apenas ouvindo sua voz, você conseguiu esclarecer varias duvidas minhas e no lugar destas duvidas solucionadas surgiram incógnitas piores e até mesmo respostas terríveis. Deixou-me mal. Me fez virar gelo. Me fez chorar dias. Me fez rir sem vontade. Me fez alegre por segundos quando me lembrava de certas coisas. Me fez crescer e me diminuiu de uma forma muito fria, um jeito que nunca esperei de você. Naqueles 13 minutos você me fez não sentir nada. Mas esta tudo ok, a vida continua, você não vai mudar, nós não vamos ficar juntos e eu vou voltar a viver minha vida normalmente, tranqüila, com serenidade e com a minha felicidade que você roubou, mas que irei pegar de volta. O pior de tudo é que você não furtou, você roubou, pois no momento que alguém te violenta e leva com sigo algo que não é dele isto é chamado de roubo. E então imediatamente te denomino um ladrão rapaz. Um ladrão de felicidade.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O veneno


E então, será que eu vou poder seguir? O senhor me permite acreditar nos fatos acontecidos de agora em diante? Jura? Promete? Faz-me acreditar na sua palavra, finalmente? Posso esquecer a lembrança? Posso apagar tudo aquilo da minha memória ou vou ter que te apagar do meu coração? E aí, o que você me diz em rapaz? O que é que você tem a me oferecer dessa vez? Qual vai ser a proposta?Um pouco de êxtase por uns meses e “see you later stupid”?

Eu estou aqui. CE ta me vendo? Por que sempre finge que não sou nada quando não me quer mais? Porque é sempre tão cruel? Eu me lembro que diziam que um dia eu iria encontrar vilões iguais aos dos desenhos só que ao contrario das imagens que via na TV, eles não eram feios como parecem ser, na vida real eles são na verdade príncipes como o da Branca de Neve. Mas não achei que realmente seria envenenada por um beijo ao invés de ser com uma mordida em uma maçã.

Essa vida é realmente confusa, sabe? Você não sabe não é mesmo? Tudo bem, eu sei que pra você a vida é muito mais fácil do que pra mim menina boba que vivi em um mundo de cabeça para baixo e o culpado do meu mundo desorganizado é você, o meu lobo na pele de um cordeiro. Sabe? Não, você mais uma vez não sabe. Mas é claro que não sabe você nunca sabe de nada, só sabe daquilo que fala, ou nem mesmo isso sabe, ou sabe quando diz suas mentiras sabidas, sabido, sabichão. Rapaz a cada dia que passa você me deixa cada vez mais pirada, mais louca, mais insensata, mais irritantemente idiota, eu que era mulher esperta, fiquei boba com suas palavras. Realmente palavras podem mudar muitas coisas, até mesmo a maturidade de pessoas maduras.

Você mente, eu acredito na mentira e nós continuamos a jogar seu jogo, você vem e me da um laço e ai eu me desfaço no seu colo e não consigo sair do seus braços. Mas que dia eu vou acordar dessa porra desse sonho iludido, onde eu tento a cada palavra sua acreditar que você que é vilão pode virar mocinho e que pode tornar-se bom o bastante para falar uma merda de um simples "eu te amo" de verdade, porque sinceramente, eu sei que todas as vezes que tentou expressar seus sentimentos você mentiu tava na cara, tava na boca, tava na língua, tava nos seus olhos, minha maçã envenenada a cada dia sinto mais e mais e mais do seu veneno dentro de mim.


O maior problema é que não consigo sair dessa maldita historia, não consigo parar de participar desse ciclo vicioso, deixar de ficar voltando nas páginas desse conto de fadas mentiras e parar de tentar e tentar e tentar chegar no "viveram felizes para sempre", mas sempre quando estamos perto de chegar ao fim, você vem e conta mais uma de suas mentiras e voltamos para a estaca zero, voltamos para o "era uma vez" e eu volto a morder a maçã envenenada e então fico na espera de alguém vir para me salvar desse veneno que é você.

(AL. Gonçalves)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Anjo na neve

Obrigada querido por quando pedi para entrarmos lá naquela cafeteria no meio da estrada de nossas vidas, nós dois sentados em uma daquelas mesas a beira da janela, você limpando o sujo de leite na beira da minha boca, você foi impecável naquele inverno querido, foi à parte quente da minha vida naquele tremendo frio.

Mas ai quando estávamos fazendo anjos na neve você me falou para fechar os olhos e quando os abri não o vi mais. Sumiu. Evaporou naquele frio, o que fisicamente é muito difícil de acontecer. Você que me fazia quente, apago minha chama, me deixou na lama, ou melhor, no gelo a menos oito graus Celsius. E toda aquela sua pose de cara certo e correto, de boa índole e bom caráter sumiram, foram embora junto com o vento que apagou do chão branco o meu anjo na neve. Eu e meu castelo de neve desmoronamos naquele inverno.  

Primavera. Flores. Amores. Ou para mim apenas mais uma estação qualquer. Caída na cama olhando para o teto recebo uma ligação sua. Desesperada andando pela casa como se tivesse perdido minhas chaves e quando isso me acontecia, eu sempre apelava para o São longuinho. Então olho porta a fora e lá está você como de costume fazia no inverno quando vinha me buscar, me ligava para que eu destrancasse a porta para permitir a sua entrada. Abro. Vejo seu olhar irônico e ao mesmo tempo decepcionado, já o meu surpreso e esbugalhado. Vem para me abraçar como se nunca me tivesse largado na neve, eu me esquivo dos seus braços estendidos e me viro em direção a sala, você me puxa e olha nos meus olhos tentando manter um contato visual com meus olhos arregalados e tristes, abaixo minha cabeça em direção sul, ele vem e levanta meu queixo em direção norte, me pedi desculpas com sua voz baixa e roca, fala que não sabe o porquê de ter feito aquilo, ou melhor, fala que sim, sabe o porquê de ter feito aquilo, porque me ama de mais para ser verdade e aquilo o assustava muito, era diferente de tudo para ele, pois quando estava comigo o seu inverno foi muito mais quente. Finjo acreditar nas suas palavras, depois falo logo a verdade, solto minhas silabas soltas para seu ouvido pega-las e escutá-las e para que sua mente grave como uma fita cassete aquela cena e as palavras ditas. Entreguei-lhe uma flor de primavera, peço a ele que feche os olhos e então eu disse em tom de tranquilidade com toque de vingança: " -Quero que você vá embora, quero que você ache meu anjo de neve que foi embora com o vento, entregue a ele essa flor e que você não volte, vá e siga a sua estrada, que eu estou seguindo a minha e quanto ao inverno, obrigada, mas prefiro não rotular meus momentos por estação, nem por amores, pois amores podem ir a um piscar de olhos, podem ir embora com um sopro forte do vento, amores vão e voltam como brisas, mas o que acontece é que as brisas que voltam nunca são as mesmas, sempre irão mudar e nunca se repetiram. Então vá sussurrar e limpar os lábios sujos de leite de outra pessoa. Vá e peça a outra pessoa para que faça um anjo na neve. "


                                                           (AL. Gonçalves)

sábado, 2 de abril de 2011

Você e sua malandragem


Você me deixou aqui sozinha e mais uma vez vou ter que seguir sem você. Como sempre me deixa falando com as paredes, sai sem olhar para traz, achando que está certo quando deixa suas palavras eloqüentes no ar me incendiando de raiva da sua cara que de minuto em minuto me deixa com certa duvida se é cara de homem mentiroso que gosta de sacanear com as mulheres ou de homem honesto que realmente não ta mentindo e sim realmente já foi um vagabundo.

"Mas sinceramente" é o que você sempre fala quando vai começar mais umas de suas explicações do por que de você sempre me sacanear. Me deixa plantada igual uma otária no meu quarto, deitada na minha cama esperando sua ligação pra ir correndo te abraçar lá no portão. Sinceramente quando te vejo eu fico bem melhor, você me faz muito bem, mesmo com sua malandragem toda filhão.

Sabe o que me deixa mais enlouquecida de raiva? É quando você vem todo manhoso, maleável como um metal, me tocando e tentando mudar a minha idéia de tal coisa que nunca vai mudar, por que sim sou impaciente e orgulhosa já você é pura humildade, puro carinho e eu sou um furacão em pessoa, sou puro alarido, louca, sou mulher. Cuidado meu querido você esta mexendo com carga explosiva.

E quando você vem me dizendo no meio de nossa guerra, que gosta muito de mim, que sou a garota mais forte que você conhece e que sou muito diferente de todas as outras - sim, fico feliz, mas não dou o braço a torce para o meu coração bobo te de espaço para entrar. Melhor prevenir do que remediar, ainda mais quando se trata de alguém como você. - e quando você consegue apaziguar a situação, vem logo me da um beijo na testa e me faz lembrar quando me falou que beijo na testa é sinal de respeito. Obrigada por fingir respeito ou não.
Na boa, bem que eu queria poder acreditar nessa baderna toda que somos nós, mas sei lá ao mesmo tempo em que não creio eu creio e me vejo com você sempre, pois ao mesmo tempo em que quero que seja fugaz, eu não quero que isso aconteça. E ao mesmo tempo em que olho em seus olhos, eu não consigo te encarar por medo de você abusar do meu coração. Ao mesmo tempo em que quero me jogar nos seus braços, tenho medo que você me jogue no chão e me deixe estirada nele, caída, sem a minha força que você tanto admira, a e tenho medo de você ir embora e levar junto o meu coração que eu não permiti a sua entrada, melhor, eu tenho medo de você ou talvez eu apenas tenha medo de mim.



(AL. Gonçalves)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Eu e eu mesma


Agora tento seguir meu caminho, sem minha fé que antes era inabalável e que depois de tanto cutucá-la buscando respostas que nem mesmo existem, resolve seguir sem ela, contando apenas com a sorte e com a minha vontade de viver e de poder ser melhor hoje do que eu fui ontem. Ou seja, a minha crença maior por agora, sou eu mesma, estou tentando acreditar nesse mundo sujo, nessas pessoas hipócritas, nas mentiras, nas palavras malditas, nas trapaças da vida, mas o meu maior problema é não conseguir me enganar, como na maior parte da minha vida fiz. Agora mudei, sou mais razão que emoção, mais fria do que quente, sou mais e menos ao mesmo tempo, sou pura confusão, pior que briga de meninas puxando uma o cabelo da outra, sem nenhuma vencedora e sem poder rir vitoriosamente com o troféu de cabelos nas mãos.
Agora sou eu e eu mesma, em minha busca sozinha, em meu egoísmo contido e que às vezes, sem querer, deixo escapar que não gosto de dividi-lo. Sou muito independente e sei que corro o risco de um dia me fuder bonito por esse defeito de fabricação, de não querer que ninguém se envolva com a minha mente além de mim, por pura prevenção de que a pessoa não fique maluca como eu e que ela possa continuar sua vida com as suas crenças religiosas e irrealistas e que eu não seja o motivo dos seus sonhos acabarem. Já basta os meus sonhos estarem tão vivos e acordados, não é preciso de mais ninguém além de mim para viver a sensação de nunca dormir.
(AL. Gonçalves)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lá vai ela





Lá vai ela em mais um sábado, perdido, ela e seus cabelos soltos. Lá vai ela com seus sapatos de salto alto, short e há sua uma hora tentando melhorar algo nela com batons, corretivos e rímel. Lá vai ela. Menina tentando ser gente, virando a noite sem dar satisfação a ela mesma, tentando mostrar pra se que aquilo é o certo do rumo da sua vida. Lá vai ela se decidir se toma uísque ou vodka, garota boba, achando que é esperta.

Lá vai ela no auge da sua insanidade alcoólica dançar na pista da vida, tentando ganhar o mundo e as pessoas que vivem nele com o seu rebolado, se ao menos soubesse que aquilo não iria lhe dar nada, além de risos de algumas mulheres irritadas com a garota linda se exibindo toda e lhe renderia nada mais e nada menos que alguns panacas festivos lhe dando cantadas baratas, mas para ela isto bastava. Premio consolação para a garota desinibida.
Drinques. Nostalgia. Dança. Beijos em algum desconhecido. Ela se senta, fica quieta por algum tempo, olha para todas as pessoas que estão naquele local e então à morada daquela jovem simplesmente se desmonta, a ficha caí e seus olhos não tem mais controle nenhum das águas que saem dele, há sua uma hora tentando ser algo melhor vai embora junta as lagrimas, seu batom não estava mais lá, já tinha se decepado quando ela caiu na bobeira de beijar o panaca festivo. Lá vai ela, saindo 6 da manhã, sem sua uma hora, sem sua alegria jovem, sem sua satisfação pelo sábado que havia tido, ela apenas vai, voltando para sua casa com sua decepção noturna, com sua depressão pós-álcool, voltando para seu verdadeiro lar, voltando para sua verdadeira pista de dança, voltando a uma nova vida, que ainda não havia tido. Lá vai ela.

(Ana Luiza G.)