quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brasa fleumática


A dor esta grande, maior do que eu imaginava agüentar a um tempo atrás. Sentimentos e sintomas múltiplos aparecem por entre espaços que tenho em mim. Nunca me imaginei vendo certas cenas, ouvindo berros que ecoam em meus tímpanos, sentido arrepios de ventos que congelam minha pele amedrontada. Olhos transbordando, você implorando por um pingo de compaixão, eu apenas querendo ir dormir e tomar um chá de hortelã. Questiono-me se isso realmente esta acontecendo, pois nada do que estou vivendo agora se compara ao antes. Difícil é ver-me trocando a tranqüilidade por uma rotina delirante e desgastante. Tento procurar algo que sirva como uma válvula de escape, uma lembrança, um momento. Retrocedo há uns 10 anos atrás, onde me reencontrava em paz debaixo do chuveiro com a minha mãe me carregando, enquanto eu me embebedava com a água que caia quentinha em mim. Época feliz. Recordo-me de quando eu ficava brava com a minha mãe, ela vinha com tanto carinho e amor me abraçando e me fazendo chorar, por simplesmente não conseguir viver sem a presença dela. Logo quando começarmos o nosso alarido, venha e acalme a minha brasa fleumática com a força de um manancial. Debruce-se em seu leito inquieto.
Você poderia perdoar a situação horrenda por qual já passamos? Poderia também ser um pouco mais pachorrento para conosco neste presente onde andamos contando os passos, medindo milimetricamente a distancia entre nós, contando os pingos de cansaço que caem enquanto nos encontramos lutando para que o final da caminhada desgastante não venha a acontecer? Tentamos a maior parte dos nossos tempos distrairmos com a criação de um mundo utópico, cujo qual nós sabemos nunca há de existir.
Eu digo mudar e você grita reivindicação aos seus direitos humanitários e sentimentalistas. Sei que não sou o melhor exemplo de como se ama alguém, mas dou o meu melhor, ou pelo menos tento. Enquanto isso você reclama, me implora patriotismo a você, mas porra eu não sei nem mesmo o hino da bandeira, como vou saber decorar a contracapa do seu manual, sendo que nem mesmo passei da primeira página de como lhe dar com pessoas pacóvias?! Ah, vai... Dá-me uma chance de te mostrar o meu amor sem reação, o meu amor inócuo e eloqüente, a minha ardente vontade de paixão sem querer engodar a ninguém, deixe que com o tempo a gente se entenda aos poucos. E por enquanto apenas se acomode bem ao meu lado... Aceita um café? 


(Ana Luiza G.) 

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