terça-feira, 15 de novembro de 2011

Inútilidade

Em meio a uma tarde inútil, de um dia mais inútil ainda, aonde mais uma vez cheguei as cinco da madrugada, sem meu amor próprio e mal acompanhada. Senti uma dor arrepiante de cólica, onde dormi três horas direto, meio dopada de Dorflex misturado com Bi-profenid e uma ressaca de Skol e Brahma. Para curar tudo isso resolve sonhar tremula e debaixo de três cobertores.
Enquanto isso eu abro mais o meu buraco, tento dilatá-lo para ver se cabe mais um pouco de vento solitário, enquanto grito, rolo e choro debruçada para ver se minha dor passa. Dor menstrual mistura com dores da vida.
Enquanto alguém pede com “carinho fingido” algum favor, enquanto faço sem olhar nos olhos, enquanto eu tento me achar mulher, enquanto tudo isso vai acontecendo vejo que já não há verdade no meu coração, para falar a verdade, vejo que só sobrou uma metade minha aqui compactada nesse corpo insolente. Garçom mais uma dose de solidão bem caprichada pra essa filha da mãe aqui!
Novamente tento ser poeta de uma historia mal contada, de uma pessoa que brinca o tempo todo de vivo ou morto, que escuta Cazuza quando está na pior, que é mal amada por todos ao seu redor, ou pelo menos se acha mal amada, que fingi acreditar no que falam por ai e que convence a todos que está acreditando. Abre os olhos garota, já passou da hora de ir pro colégio, os remédios não fizeram efeito como já era de se esperar!
(Ana Luiza G.)

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