Não há problemas em nos parecermos com uma canção de amigo, você tão distante e continuamente o meu equivoco, sempre a minha grande duvida. Todos sabem que não vale à pena dar murro em ponta de faca, acaba que sempre me furo, mas não deixo de tentar. Essa minha insistência contínua é por você, só por você.
Você sempre malandro, me esquecia em meio as suas roupas e sapatos jogados pelo seu quarto bagunçado e ia para a súcia junto aos outros, me dava um ósculo e saia porta a fora e eu ficava ali sentada, deitada ou até mesmo em pé envolta por quatro paredes e no meio daquela baderna toda se encontrava a única pacóvia daquele reino utópico que eu havia criado. Pobre eu.
Mas os dias se passam e toda a baderna cai em esquecimento, você vem ardiloso para cima de mim e até me deixa a entender que havia de se tornar um homem inócuo o que me deixa de certa forma feliz e mais apaixonada pelo seu sorriso de dentes tortos e de ar duvidoso. Eu te amava por agora, te amava muito.
De certa forma quando o amor se acabava e o vácuo sentimental rebrotava em meio ao meu peito, me sentia apenas mais uma alma fugaz deste mundo, enquanto você se tornava o grande rei do mundo e eu uma mera trovador onde me encontrava balbuciando a minha saudade ao mar, ao céu e vento, pois o que eu queria realmente era encontrar e ter um amor, ou até mesmo vários, mas que fosse sem fenecimento, onde eu desse amor e recebesse também, nem que fosse por meros dez minutos, mas que preencha esse vazio que estou sentindo sem você aqui ao meu lado.
(AL. Gonçalves)


















