Viver
enquadrada pode não ser a melhor solução, muito menos tomar café forte para vê
se funciona como anabolizantes para uma su-per mi-ne mu-lher ma-ra-vi-lha,
talvez tentar achar seu reflexo em meio a um vidro embaçado não seja muito útil
e acreditar que meu santo é forte por nunca cruzar com você pelas ruas da
cidade não seja uma verdade.
Com
o tempo nós vamos aprendendo que temos que criar um ser humano dentro de outro,
sem bipolaridades e ainda assim ocupando um mesmo espaço, que temos que ser
gélidos com nós mesmos, porque assim aprendemos a ser menos sofredores, mas em
contra partida menos bem vividos também. Por que afinal se a vida é feita para
se viver, porque é que vou ficar tentando fazer tudo tão pensado? Tudo tão
milimetricamente calculado? Se é que há uma razão para que você, eu e o resto
do mundo exista que ao menos façamos valer a pena essa historia mundana mal
contada.
Eu
sei que é normal do ser humano errar e não querer errar, amar e desejar ser
três vezes mais amado do que se ama, também compreendo que todos queremos nos
esfregar em alguém que gostamos de olhar dentro dos olhos, alguém que nos
entenda melhor que nós mesmos. E por mais que Aristóteles, minha avó e minha
gata de raça duvidosa acreditem que para ser feliz não se necessita de ninguém
além de nós mesmos, eu ainda teimo em crer que precisamos de desejos alheios para
que completem os nossos, para que possamos acabar de montar o quebra-cabeça de
quinhentas peças. Eu não quero acabar a minha vida tricotando sozinha em uma
cadeira de balanço e também não quero passar minha vida pulando o muro do
vizinho para defecar na areia, eu só quero ter um pouquinho de felicidade e
poder dividir esse pouquinho com mais alguém, será que pode ser?
(Ana Luiza G.)
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