terça-feira, 26 de abril de 2011

Procura-se um ladrão.



E eu estou aqui do mesmo jeitinho que você me deixou a mais ou menos duas semanas. To parada, estatelada, loucamente descontrolada e meio surda também, porque ruídos me rondam, mas eu não os escuto. Olha cara eu ainda to meio boba com a situação que fui colocada, na verdade estou me sentindo como o Super Mario Bros lutando contra o monstro no castelo, mas tira o super do Mario, pois é assim que estou na realidade e como todo mundo sabe o Mario nunca consegui derrotar o maldito monstro do castelo.

Ainda estou meio sem rumo, sem uma estrada pra seguir, sem uma direção. Sem norte e sul, sem leste e oeste, eu to sem um campo magnético, eu estou um próton sem elétron, estou tentando me entender. Mas sabe quando falta algo para que possa conquistar certas coisas? É isso que parece estar acontecendo por agora. Sinto que me falta acabar logo com esse capitulo da minha vida, cujo nome foi eu e você, durou tão pouco e aconteceram tantas coisas, você conseguiu me deixar de um jeito que ninguém mais conseguiu, conseguiu me deixar com sentimentos loucos, diversos e inexplicados, mentira, são explicáveis sim, quando explicados por suas palavras fazem total sentindo.

Em 13 minutos sem olhar em seus olhos, apenas ouvindo sua voz, você conseguiu esclarecer varias duvidas minhas e no lugar destas duvidas solucionadas surgiram incógnitas piores e até mesmo respostas terríveis. Deixou-me mal. Me fez virar gelo. Me fez chorar dias. Me fez rir sem vontade. Me fez alegre por segundos quando me lembrava de certas coisas. Me fez crescer e me diminuiu de uma forma muito fria, um jeito que nunca esperei de você. Naqueles 13 minutos você me fez não sentir nada. Mas esta tudo ok, a vida continua, você não vai mudar, nós não vamos ficar juntos e eu vou voltar a viver minha vida normalmente, tranqüila, com serenidade e com a minha felicidade que você roubou, mas que irei pegar de volta. O pior de tudo é que você não furtou, você roubou, pois no momento que alguém te violenta e leva com sigo algo que não é dele isto é chamado de roubo. E então imediatamente te denomino um ladrão rapaz. Um ladrão de felicidade.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O veneno


E então, será que eu vou poder seguir? O senhor me permite acreditar nos fatos acontecidos de agora em diante? Jura? Promete? Faz-me acreditar na sua palavra, finalmente? Posso esquecer a lembrança? Posso apagar tudo aquilo da minha memória ou vou ter que te apagar do meu coração? E aí, o que você me diz em rapaz? O que é que você tem a me oferecer dessa vez? Qual vai ser a proposta?Um pouco de êxtase por uns meses e “see you later stupid”?

Eu estou aqui. CE ta me vendo? Por que sempre finge que não sou nada quando não me quer mais? Porque é sempre tão cruel? Eu me lembro que diziam que um dia eu iria encontrar vilões iguais aos dos desenhos só que ao contrario das imagens que via na TV, eles não eram feios como parecem ser, na vida real eles são na verdade príncipes como o da Branca de Neve. Mas não achei que realmente seria envenenada por um beijo ao invés de ser com uma mordida em uma maçã.

Essa vida é realmente confusa, sabe? Você não sabe não é mesmo? Tudo bem, eu sei que pra você a vida é muito mais fácil do que pra mim menina boba que vivi em um mundo de cabeça para baixo e o culpado do meu mundo desorganizado é você, o meu lobo na pele de um cordeiro. Sabe? Não, você mais uma vez não sabe. Mas é claro que não sabe você nunca sabe de nada, só sabe daquilo que fala, ou nem mesmo isso sabe, ou sabe quando diz suas mentiras sabidas, sabido, sabichão. Rapaz a cada dia que passa você me deixa cada vez mais pirada, mais louca, mais insensata, mais irritantemente idiota, eu que era mulher esperta, fiquei boba com suas palavras. Realmente palavras podem mudar muitas coisas, até mesmo a maturidade de pessoas maduras.

Você mente, eu acredito na mentira e nós continuamos a jogar seu jogo, você vem e me da um laço e ai eu me desfaço no seu colo e não consigo sair do seus braços. Mas que dia eu vou acordar dessa porra desse sonho iludido, onde eu tento a cada palavra sua acreditar que você que é vilão pode virar mocinho e que pode tornar-se bom o bastante para falar uma merda de um simples "eu te amo" de verdade, porque sinceramente, eu sei que todas as vezes que tentou expressar seus sentimentos você mentiu tava na cara, tava na boca, tava na língua, tava nos seus olhos, minha maçã envenenada a cada dia sinto mais e mais e mais do seu veneno dentro de mim.


O maior problema é que não consigo sair dessa maldita historia, não consigo parar de participar desse ciclo vicioso, deixar de ficar voltando nas páginas desse conto de fadas mentiras e parar de tentar e tentar e tentar chegar no "viveram felizes para sempre", mas sempre quando estamos perto de chegar ao fim, você vem e conta mais uma de suas mentiras e voltamos para a estaca zero, voltamos para o "era uma vez" e eu volto a morder a maçã envenenada e então fico na espera de alguém vir para me salvar desse veneno que é você.

(AL. Gonçalves)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Anjo na neve

Obrigada querido por quando pedi para entrarmos lá naquela cafeteria no meio da estrada de nossas vidas, nós dois sentados em uma daquelas mesas a beira da janela, você limpando o sujo de leite na beira da minha boca, você foi impecável naquele inverno querido, foi à parte quente da minha vida naquele tremendo frio.

Mas ai quando estávamos fazendo anjos na neve você me falou para fechar os olhos e quando os abri não o vi mais. Sumiu. Evaporou naquele frio, o que fisicamente é muito difícil de acontecer. Você que me fazia quente, apago minha chama, me deixou na lama, ou melhor, no gelo a menos oito graus Celsius. E toda aquela sua pose de cara certo e correto, de boa índole e bom caráter sumiram, foram embora junto com o vento que apagou do chão branco o meu anjo na neve. Eu e meu castelo de neve desmoronamos naquele inverno.  

Primavera. Flores. Amores. Ou para mim apenas mais uma estação qualquer. Caída na cama olhando para o teto recebo uma ligação sua. Desesperada andando pela casa como se tivesse perdido minhas chaves e quando isso me acontecia, eu sempre apelava para o São longuinho. Então olho porta a fora e lá está você como de costume fazia no inverno quando vinha me buscar, me ligava para que eu destrancasse a porta para permitir a sua entrada. Abro. Vejo seu olhar irônico e ao mesmo tempo decepcionado, já o meu surpreso e esbugalhado. Vem para me abraçar como se nunca me tivesse largado na neve, eu me esquivo dos seus braços estendidos e me viro em direção a sala, você me puxa e olha nos meus olhos tentando manter um contato visual com meus olhos arregalados e tristes, abaixo minha cabeça em direção sul, ele vem e levanta meu queixo em direção norte, me pedi desculpas com sua voz baixa e roca, fala que não sabe o porquê de ter feito aquilo, ou melhor, fala que sim, sabe o porquê de ter feito aquilo, porque me ama de mais para ser verdade e aquilo o assustava muito, era diferente de tudo para ele, pois quando estava comigo o seu inverno foi muito mais quente. Finjo acreditar nas suas palavras, depois falo logo a verdade, solto minhas silabas soltas para seu ouvido pega-las e escutá-las e para que sua mente grave como uma fita cassete aquela cena e as palavras ditas. Entreguei-lhe uma flor de primavera, peço a ele que feche os olhos e então eu disse em tom de tranquilidade com toque de vingança: " -Quero que você vá embora, quero que você ache meu anjo de neve que foi embora com o vento, entregue a ele essa flor e que você não volte, vá e siga a sua estrada, que eu estou seguindo a minha e quanto ao inverno, obrigada, mas prefiro não rotular meus momentos por estação, nem por amores, pois amores podem ir a um piscar de olhos, podem ir embora com um sopro forte do vento, amores vão e voltam como brisas, mas o que acontece é que as brisas que voltam nunca são as mesmas, sempre irão mudar e nunca se repetiram. Então vá sussurrar e limpar os lábios sujos de leite de outra pessoa. Vá e peça a outra pessoa para que faça um anjo na neve. "


                                                           (AL. Gonçalves)

sábado, 2 de abril de 2011

Você e sua malandragem


Você me deixou aqui sozinha e mais uma vez vou ter que seguir sem você. Como sempre me deixa falando com as paredes, sai sem olhar para traz, achando que está certo quando deixa suas palavras eloqüentes no ar me incendiando de raiva da sua cara que de minuto em minuto me deixa com certa duvida se é cara de homem mentiroso que gosta de sacanear com as mulheres ou de homem honesto que realmente não ta mentindo e sim realmente já foi um vagabundo.

"Mas sinceramente" é o que você sempre fala quando vai começar mais umas de suas explicações do por que de você sempre me sacanear. Me deixa plantada igual uma otária no meu quarto, deitada na minha cama esperando sua ligação pra ir correndo te abraçar lá no portão. Sinceramente quando te vejo eu fico bem melhor, você me faz muito bem, mesmo com sua malandragem toda filhão.

Sabe o que me deixa mais enlouquecida de raiva? É quando você vem todo manhoso, maleável como um metal, me tocando e tentando mudar a minha idéia de tal coisa que nunca vai mudar, por que sim sou impaciente e orgulhosa já você é pura humildade, puro carinho e eu sou um furacão em pessoa, sou puro alarido, louca, sou mulher. Cuidado meu querido você esta mexendo com carga explosiva.

E quando você vem me dizendo no meio de nossa guerra, que gosta muito de mim, que sou a garota mais forte que você conhece e que sou muito diferente de todas as outras - sim, fico feliz, mas não dou o braço a torce para o meu coração bobo te de espaço para entrar. Melhor prevenir do que remediar, ainda mais quando se trata de alguém como você. - e quando você consegue apaziguar a situação, vem logo me da um beijo na testa e me faz lembrar quando me falou que beijo na testa é sinal de respeito. Obrigada por fingir respeito ou não.
Na boa, bem que eu queria poder acreditar nessa baderna toda que somos nós, mas sei lá ao mesmo tempo em que não creio eu creio e me vejo com você sempre, pois ao mesmo tempo em que quero que seja fugaz, eu não quero que isso aconteça. E ao mesmo tempo em que olho em seus olhos, eu não consigo te encarar por medo de você abusar do meu coração. Ao mesmo tempo em que quero me jogar nos seus braços, tenho medo que você me jogue no chão e me deixe estirada nele, caída, sem a minha força que você tanto admira, a e tenho medo de você ir embora e levar junto o meu coração que eu não permiti a sua entrada, melhor, eu tenho medo de você ou talvez eu apenas tenha medo de mim.



(AL. Gonçalves)