terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dez e dez


Eu gostaria de estar ao seu lado neste momento, te abraçando, te agarrando ou apenas te olhando, até mesmo rindo de você com os seus trejeitos. Mas sempre quando me lembro de nós, lembro-me também que já não dávamos mais certo, que andávamos por caminhos de espinhos.
A verdade maior é que eu nunca consegui me enganar por muito tempo, pois sempre que tento me pego logo mostrando o obvio a mim mesma e o pior é que nunca consigo fechar os olhos quando faço isso.
Prometo-te uma coisa nessas dez e dez da manhã, que não irei te procurar e também não conseguirei te esquecer tão facilmente (ou talvez consiga), pois vou sentir falta dos nossos almoços, de você pegando em minha coxa enquanto dirigia, sentirei falta dos pães de queijo, falta de você me dizendo coisas bonitas, falta de nós dois formando um ser só, sentirei a ausência do seu gosto, do seu calor, dos seus olhares, de nossas brigas, das brincadeiras, das nossas risadas, da sua vivacidade que me motivava a te amar cada vez mais, sentirei falta principalmente de você.
Porque você não acreditou em mim? No meu amor eloqüente? Nas minhas verdades que saiam de mim tão espontaneamente? Por que você sempre me olhava com olhos de duvida? Merda, eu sou a sua maior certeza cara! Olha ai, o que você está fazendo comigo e com tudo o que restou de mim. Agora me encontro na sarjeta dos sentimentos, com olhos inchados e com pouca visão ocular, com dores de angustia e o pior estou aqui escrevendo uma historia mal escrita, contando para mim mesma algo que já sei, tentando com a minhas ultimas forças mostrar para mim que eu ainda tenho vez. Tentando gravar em minhas palavras as minhas lembranças, tentando esquecer o inesquecível. Eu te amo... Porra, ta vendo como não adiantou o esforço?!

(Ana Luiza G.) 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brasa fleumática


A dor esta grande, maior do que eu imaginava agüentar a um tempo atrás. Sentimentos e sintomas múltiplos aparecem por entre espaços que tenho em mim. Nunca me imaginei vendo certas cenas, ouvindo berros que ecoam em meus tímpanos, sentido arrepios de ventos que congelam minha pele amedrontada. Olhos transbordando, você implorando por um pingo de compaixão, eu apenas querendo ir dormir e tomar um chá de hortelã. Questiono-me se isso realmente esta acontecendo, pois nada do que estou vivendo agora se compara ao antes. Difícil é ver-me trocando a tranqüilidade por uma rotina delirante e desgastante. Tento procurar algo que sirva como uma válvula de escape, uma lembrança, um momento. Retrocedo há uns 10 anos atrás, onde me reencontrava em paz debaixo do chuveiro com a minha mãe me carregando, enquanto eu me embebedava com a água que caia quentinha em mim. Época feliz. Recordo-me de quando eu ficava brava com a minha mãe, ela vinha com tanto carinho e amor me abraçando e me fazendo chorar, por simplesmente não conseguir viver sem a presença dela. Logo quando começarmos o nosso alarido, venha e acalme a minha brasa fleumática com a força de um manancial. Debruce-se em seu leito inquieto.
Você poderia perdoar a situação horrenda por qual já passamos? Poderia também ser um pouco mais pachorrento para conosco neste presente onde andamos contando os passos, medindo milimetricamente a distancia entre nós, contando os pingos de cansaço que caem enquanto nos encontramos lutando para que o final da caminhada desgastante não venha a acontecer? Tentamos a maior parte dos nossos tempos distrairmos com a criação de um mundo utópico, cujo qual nós sabemos nunca há de existir.
Eu digo mudar e você grita reivindicação aos seus direitos humanitários e sentimentalistas. Sei que não sou o melhor exemplo de como se ama alguém, mas dou o meu melhor, ou pelo menos tento. Enquanto isso você reclama, me implora patriotismo a você, mas porra eu não sei nem mesmo o hino da bandeira, como vou saber decorar a contracapa do seu manual, sendo que nem mesmo passei da primeira página de como lhe dar com pessoas pacóvias?! Ah, vai... Dá-me uma chance de te mostrar o meu amor sem reação, o meu amor inócuo e eloqüente, a minha ardente vontade de paixão sem querer engodar a ninguém, deixe que com o tempo a gente se entenda aos poucos. E por enquanto apenas se acomode bem ao meu lado... Aceita um café? 


(Ana Luiza G.)