Porra Carla, cadê seu egoísmo aqui do outro lado da mesa da copa que sempre me privava de dar garfadas no seu prato de macarrão? Cadê o charme do nosso banheiro com suas calcinhas cor de rosa, cadê suas roupas espalhadas pelo chão do quarto quando cismávamos de sair e você ficava desesperada para escolher a sua roupa? Por incrível que pareça a bagunça 60% das vezes resultava na blusa cinza velinha. Porra, cadê sua pele branquinha igual algodão que eu antes apertava até ficar uma certa vermelhidão? cadê seu sorriso extremamente simpático e branco, que eu sempre amei olhar quando acordava ao seu lado pelas manhãs de domingo? 

Pra falar a verdade o rumo da minha vida foi pra outro canto, um canto longe, lá pro leste da rosa dos ventos, foi embora e nunca mais volto, nem ao menos para dar noticias do tempo do lado de lá, nem pra falar pra minha saudade pra ela ficar tranqüila que logo, logo você volta. Porra Carla.
Sabe de uma coisa, uma verdade doída, é que vou sair fora, pular do bonde, vou esquecer a Carla, vou fazer o escambau a quatro, vou sair sem ser acompanhado da blusa cinza, sem ser privado do macarrão, vou pendurar cuecas no banheiro, só para dar um ar masculino ao banheiro que antes era totalmente Carla, vou abraçar algodões e isso tudo só pra esquecer de você sua ingrata! Mas uma coisa que não é garantida, é se vou conseguir esquecer da minha saudade sofrida e da minha rosa dos ventos sem vento.
(AL. Gonçalves)


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