terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Lá vai ela





Lá vai ela em mais um sábado, perdido, ela e seus cabelos soltos. Lá vai ela com seus sapatos de salto alto, short e há sua uma hora tentando melhorar algo nela com batons, corretivos e rímel. Lá vai ela. Menina tentando ser gente, virando a noite sem dar satisfação a ela mesma, tentando mostrar pra se que aquilo é o certo do rumo da sua vida. Lá vai ela se decidir se toma uísque ou vodka, garota boba, achando que é esperta.

Lá vai ela no auge da sua insanidade alcoólica dançar na pista da vida, tentando ganhar o mundo e as pessoas que vivem nele com o seu rebolado, se ao menos soubesse que aquilo não iria lhe dar nada, além de risos de algumas mulheres irritadas com a garota linda se exibindo toda e lhe renderia nada mais e nada menos que alguns panacas festivos lhe dando cantadas baratas, mas para ela isto bastava. Premio consolação para a garota desinibida.
Drinques. Nostalgia. Dança. Beijos em algum desconhecido. Ela se senta, fica quieta por algum tempo, olha para todas as pessoas que estão naquele local e então à morada daquela jovem simplesmente se desmonta, a ficha caí e seus olhos não tem mais controle nenhum das águas que saem dele, há sua uma hora tentando ser algo melhor vai embora junta as lagrimas, seu batom não estava mais lá, já tinha se decepado quando ela caiu na bobeira de beijar o panaca festivo. Lá vai ela, saindo 6 da manhã, sem sua uma hora, sem sua alegria jovem, sem sua satisfação pelo sábado que havia tido, ela apenas vai, voltando para sua casa com sua decepção noturna, com sua depressão pós-álcool, voltando para seu verdadeiro lar, voltando para sua verdadeira pista de dança, voltando a uma nova vida, que ainda não havia tido. Lá vai ela.

(Ana Luiza G.)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Rosa dos ventos

           Porra Carla, cadê seu egoísmo aqui do outro lado da mesa da copa que sempre me privava de dar garfadas no seu prato de macarrão? Cadê o charme do nosso banheiro com suas calcinhas cor de rosa, cadê suas roupas espalhadas pelo chão do quarto quando cismávamos de sair e você ficava desesperada para escolher a sua roupa? Por incrível que pareça a bagunça 60% das vezes resultava na blusa cinza velinha. Porra, cadê sua pele branquinha igual algodão que eu antes apertava até ficar uma certa vermelhidão? cadê seu sorriso extremamente simpático e branco, que eu sempre amei olhar    quando acordava ao seu lado pelas manhãs de domingo?                                  
Pra falar a verdade o rumo da minha vida foi pra outro canto, um canto longe, lá pro leste da rosa dos ventos, foi embora e nunca mais volto, nem ao menos para dar noticias do tempo do lado de lá, nem pra falar pra minha saudade pra ela ficar tranqüila que logo, logo você volta. Porra Carla.
Sabe de uma coisa, uma verdade doída, é que vou sair fora, pular do bonde, vou esquecer a Carla, vou fazer o escambau a quatro, vou sair sem ser acompanhado da blusa cinza, sem ser privado do macarrão, vou pendurar cuecas no banheiro, só para dar um ar masculino ao banheiro que antes era totalmente Carla, vou abraçar algodões e isso tudo só pra esquecer de você sua ingrata! Mas uma coisa que não é garantida, é se vou conseguir esquecer da minha saudade sofrida e da minha rosa dos ventos sem vento.


(AL. Gonçalves)