sábado, 23 de outubro de 2010

The smile yellow (II) - Das cinco a solidão

(II) Das Cinco a solidão

Cinco da manhã, John e eu ainda estávamos jogando conversa para o ar, fumando,bebendo, rindo e nos divertindo com suas historias das viagens que já tinha feito, praticamente já tínhamos dividido ente nós, uma boa parti das aventuras, loucuras e também da parti monótona e rotineira de nossas vidas individuais e independentes, pois é eu tinha acabado de descobrir outra coisa em comum entre eu e John, ou melhor, a primeira coisa em comum entre a gente, pelo fato da outra não ter valido, porque eu estava mentindo quando afirmei estar ali pelo mesmo motivo que ele, mas enfim, eu e John éramos totalmente independentes e mais que isso, solteiros em busca de divertimento.
Seis da manhã, sol nascendo, chão melado de bebidas derramadas, descalça com os sapatos encima da bancada do bar, John parecia não sentir sono e por tanto conclui que ele provavelmente não queria ir embora e eu também não. Ao som de Liger (The Cranberries) ele olhou para mim com um olhar que até então não sabia descrever, mas que depois de um tempo pude pensar um pouco mais sobre isso e então coloquei em minha mente que tinha sido um olhar de agradecimento pela noite divertida que nós tínhamos dividido.
                                        
Sete da manhã, John e eu tivemos que sair do bar, o dono alegava que já havia passado da hora de fechá-lo, calcei meus sapatos e fiquei esperando-o voltar do banheiro, um minuto e lá estava o simpático e charmoso John com o seu sorriso lindo e amarelado, com seu cigarro em mãos, ele soltava fumaça e ao mesmo tempo sorria para mim, fui andando em sua direção para irmos até a porta juntos. Lá fora o vento derrubava as folhas secas das árvores, o tempo era nublado, John reparou que eu estava tremula de frio e então veio com todo o seu jeito amigável me acolhendo em seus braços. Eu o convidei para irmos até uma cafeteria ali perto, ele concordou. Ficamos ali sentamos um pouco até acabarmos de beber o nosso café, enquanto isso nós conversávamos sobre o mundo, tentado descobrir como tudo foi criado e rindo de nossas conclusões sem sentido.
Oito da manhã, já havia passado da hora de irmos embora para as nossas devidas casas, então lanço meu olhar em John para ver se ele já havia terminado de tomar o seu terceiro copo de cafeína, volto meus olhos para seus lábios secos que não paravam de mexer - John era muito falador. Disse a ele que eu tinha que ir embora, pois tinha que descansar e mais tarde ir revelar umas fotos que eu tinha feito de uma garota com uma beleza diferente e única, chamada Liza, ela era uma das modelos que eu fotografava para uma das revistas que eu trabalhava como fotógrafa, John concordou e disse que também tinha que ir embora para seu apartamento, amplo e bonito pelo que ele havia comentado comigo, localizava-se na R. Brompton Road proxima ao metro de Londres, enquanto eu morava na pequena R. Denmark Street em um apartamento apertado que mal cabia eu, Donald o meu cachorro e minhas fotografias. Trocamos nossos numeros telefonicos, nos despedimos com um abraço meio desajeitado e vergonhoso e nos demos as costas, seguindo solitarios ao caminho de nossas casas.


(Continua)

(AL.Gonçalves)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

The smile yellow (I) - vodka, conversas e mentiras

Um sorriso amarelado esboçado no rosto, cigarros e um copo de destilado na mão. Ele tinha apenas isso de companhia e artifícios para se sentir melhor, a cada minuto que olhava em sua direção ele me lançava um olhar gritante de pedido de ajuda e mantinha em suas mãos os seus companheiros. Eu já não muito sóbria e com pensamentos verdadeiramente de uma bêbada que todos do estabelecimento já estão cansados de ver, tomo uma decisão de conversar com ele, perguntar o que estava havendo que ele não parava de olhar para mim. Cheguei para conversar com ele - maquiagem já escorrendo pelo rosto, cabelos meio engrenhados e a boca com hálito de vodka misturado com L.A, eu como sempre muito desinibida lhe lanço a pergunta na cara e na coragem, o homem meio afoito, mas também já meio bêbado me responde com sutileza, que estava apenas admirando o meu jeito convicto de andar e de dançar e ainda comentou que eu não sabia fingir não estar bêbada, pelo fato de sempre que quando fechava os olhos demorava alguns meros 2 segundos para abri-los, o que não seria normal, segundo ele, no final de sua conclusão ele revelou novamente seu sorriso amarelado, mas que agora eu via com outros olhos. Eu, um pouco mais tranqüila e mais desinibida do que quando cheguei para conversar, disse a ele meu nome, Sara, e perguntei o seu nome e por que ele tinha resolvido vir neste lugar. John, sim esse era seu nome, disse que viera a esse lugar procurar um pouco de diversão, pois andava meio sorumbático e disse também que diferente de outras épocas de sua vida ele tinha decidido que queria conhecer e experimentar coisas diferentes, que ele nunca tinha vivido antes, o homem meio intrigado também me perguntou o motivo que me levava a estar ali. Menti, disse a John que estava ali pelo mesmo motivo que ele, fiz isso porque achava que tinha que ter algo e comum com aquele homem que me interessava muito.
(Contínua)
(AL.Gonçalves)