sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A alma pede um pouco mais de paz

 
Ele havia me contaminado por inteiro, um contágio rápido e indolor. Sem duvidas ele era um parasita, como o que provocou a crise no sistema feudal. Contradizia-me a todo o momento, ele me dizia coisas como as musicas de Caetano, tudo soava muito mais sereno ao seu lado. Eu no pico da minha teimosia e ele sempre com uma santa paciência, algo que me fazia por vezes ceder um abraço e um ósculo bem melado.

Eu nunca fui muito poética, para mim não era necessário dar voltas e mais voltas como um pião para falar sobre algo complexo como o amor, sempre fui oito ou oitenta, o tempo todo tentava viver tudo o que era possível e impossível, um verdadeiro queijo com goiabada. Enquanto eu tentava misturar o doce com salgado, ele me mostrava, ou pelo menos tentava me mostrar o gosto da boêmia, algo sem compromissos, um carpe diem.


Era desnecessária toda a correria cronometrada, o tempo que estava perdendo tentando ganhar mais tempo, era inútil o gasto físico e mental por esse caótico mundo, mas como ele havia me mostrado, o planeta ganhava mais se existissem mais duas pessoas se amando de verdade, como eu e ele, e então voltávamos a nos abraçar, como se estivéssemos mostrando pra quem quisesse olhar da fechadura do seu quarto a paz que o amor trazia em nossas vidas e essa paz não é algo inexistente, é real, é a paz que cura ferida, que ergue bandeiras brancas, que nos traz sensações ilegíveis internamente e que abrange para o mundo externo toda a positividade necessária.

(Ana Luiza G.)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Metamorfosear

Ultimamente penso muito em toda essa ideologia que é pregada entre seres humanos, onde se encontra pessoas brincando de acreditar que para viver necessita-se de grandes e pequenos passos de mentiras. Chega-se ao paraíso?
Não me satisfaz o que anda pregando em cada esquina desta cidade acinzentada e muito menos as conversas na manhã de domingo, para mim é algo maior, é bem mais simples do que andam dizendo por ai, na verdade ele nega-me ser o centro.
Havia tempos em que não me via gesticulando com as mãos algo parecido com o formato de um "t", enquanto movimentava minhas mãos rentes aos seios, ombro e testa, eu balbuciava palavras e frases prontas que me lembrei ter aprendido quando pequena. Tentei me enganar forçando a mim mesma acreditar que aquilo era sinônimo de perfeição e que poderia mudar mil e uma coisas no mundo, mas meus lados racionais e impassíveis desfaziam-se dos sinais e das frases prontas aos poucos, preferiam o improviso. Se existo, logo vivo.
Como já dizia Raul precisamos metamorfosear para a infinidade, pois, desta forma nunca existira ideologias baratas, conceitos e nem ao menos rotina. Gente pensante prefere viver sem velhas opiniões e sempre ter a mente aberta, assim o que surgiram serão apenas conceitos momentâneos.
(Ana Luiza Gonçalves)