segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Adaptados ao falso amor


Sair do acomodamento é difícil, é como larga o arroz e feijão de todo dia, não é fácil. É como deliberar algo que você não conseguiu largar, soltar, deixar vazar na baqueada. O mais difícil do acomodamento é quando se trata de duas pessoas completamente diferentes, idades, vidas, personalidades opostas e que simplesmente se encontram um no outro, se sentem seguros um no outro e não conseguem mais deixar de ter um ao outro e por mais, que digam, que pensem, que falem, eles vão deixar tudo isso pra lá e vão dar as costas pra tudo isso, achando q o acomodado está correto, que isso é ter encontrado a parte que estava faltando. - e não é que os pobres estão errados, mal sabem disto, estão cegos ou apenas não querem enxerga.
Quando um dos dois vacila, ai vem o outro apontar os erros e ai ele/ela vem falando que vai sumir que nunca mais volta e de agora e diante não tem mais nós, não tem mais nada e que só resta dizer adeus, mas ai passa dois dias, passa uma semana, passa um mês, passam dois meses e a saudade vai aumentando e o acomodamento que eles tinham e que eles chamavam de amor vai surgindo furos, surgindo marcas da falta que faz ter ela/ele ali do lado, pra apoiar, pra rirem juntos, pra contar histórias idiotas e então o cão arrependido volta e fala sempre a mesma conversa de sempre, que vai mudar e que não consegui ficar sem ela/ele e a partir de hoje ele/ela não vai cometer os mesmos erros, porra agora fudeu ela/ele vai acreditar nessa baboseira toda porque simplesmente não quer ver que tudo é mentira e que pode seguir a vida sem ele/ela e que já havia tentado uma vez da o pé nele/nela, mas que a tentativa havia falhando pelo fato dele/dela ter se arrependido de tudo como sempre fazia nas vezes que brigavam e se separavam. Droga, os acomodados estão de volta e com a mesma visão embaçada da vida que eles levam.